segunda-feira, 8 de julho de 2019


Carta para o passado

Oi passado, como você está? 
Já fazia um tempo até você reaparecer, mas ontem foi um dia conturbado por sua causa. Ok, não sejamos hipócritas, a culpa de você voltar pode não ser minha, porém eu te deixei ficar e estragar meu dia. A sua função é vir me atacar, e minha função é não deixar que isso aconteça. Estamos em constante guerra, não é?

Você não anda sendo legal comigo. Sempre que tento ser feliz, você volta querendo me lembrar dos meus fracassos... ou melhor, dos meus livramentos. O que você espera? que eu vá desistir de lutar? que eu vá simplesmente cruzar os braços e deixar você me dominar? me botar medo todos os dias? 

Isso acaba aqui, e agora. É com esta carta que eu me despeço de você, e na verdade já passamos do tempo de nos despedir. Eu passei muito tempo acreditando que você era meu amigo fiel, mas você não passa de um sabotador imbecil que me faz fantasiar coisas que não existem, e por esse motivo eu te expulso da minha vida. 

Você até que me ajudou algumas vezes, a experiência que você me deu, me ajudou a ser empática, a ser amável, e aprender a respeitar a dor dos outros, mas o preço disso foram traumas, cicatrizes que não se curaram por muito tempo e medos ilógicos. 

Você me fez acreditar que todas as pessoas que se aproximam de mim irão me magoar, que qualquer um que deixe de me responder, ou que precise ir para longe é porque quer me fazer mal, ok, pode até ser, mas isso eu tenho que descobrir por mim mesma, e nunca sofrer por antecipação. Me deixe ser livre. Vá embora, aqui não tem mais espaço para você!!

Hoje, escrevo essa carta às 00:17, e ao acordar, ainda hoje, você estará no lugar onde nunca deveria ter saído: no passado. 

Chega de destruir meu psicológico, e fazer com que eu esqueça de quem eu sou de verdade. Chega de me dar insegurança quando na verdade eu sou forte. Chega de me convencer de que eu não posso quando eu já consegui. Chega de me fazer magoar e afastar as pessoas que eu amo, e as pessoas que eu quero amar. Chega! 

A partir desse momento, você morrerá, junto com toda dor que você me causou. Eu te selo numa caixa, e te enterro. 

Agora, eu sou dona do meu caminho. 

Adeus, passado. 

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